Seminário de Biossegurança e Inovações na Cadeia de Produção da Carcinicultura
27 e 28 de junho de 2022
Morada Nova | Ceará | Brasil
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Apesar das dificuldades de diversas naturezas vivenciadas pelo setor da carcinicultura nos últimos anos, o seu real potencial socioeconômico permanece. Com isso, não resta a menor dúvida de que, a alternativa de maior viabilidade, para o fortalecimento da cadeia produtiva e para o aumento da produção de camarão cultivado no Brasil, demanda a criação e a operacionalização de estruturas de produção integradas.
2021 foi um grande ano para o segmento no Ceará, com a venda de 120 mil toneladas de camarão para o mercado interno. Para 2022, a projeção é de crescimento em torno de 10%, a partir do melhoramento genético e da abertura de novas áreas (Fonte: ABCC).
No mercado nacional, o consumo de camarão ainda é pequeno, cerca de meio quilo per capta ao ano, mas vem crescendo. Comparado a proteína vermelha, o consumo do camarão per capto ainda é baixo. Apenas 600g/percalço/ano, por isso que um dos grandes desafios é aumentar a produção nacional, e para isso é necessário passar o conhecimento aos micros e perueiros produtores, que representam quase 70% dos produtores.
Assim, o SEMINÁRIO BIOSSEGURANÇA E INOVAÇÕES NA CADEIA DE PRODUÇÃO DA CARCINICULTURA, caracterizado como evento local, porém com abrangência regional, em sua trajetória discutirá e apresentará inovações para o setor através de uma programação diversificada, contribuindo para maior integração da cadeia produtiva da carcinicultura, além de contribuir também para o desenvolvimento regional e fomentar a sustentabilidade no agronegócio do Estado do Ceará.
O projeto, em sua 2ª edição realizado em parceria com a APCC – Associação dos Produtores de Camarão do Ceará, está dando continuidade ao SEMINÁRIO BOAS PRÁTICAS DE MANEJO E MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA, realizado em 2020.
A estimativa de público é de 200 participantes inscritos no evento em programações com temas inovadores.
Como destaque na programação do evento, as apresentações mostrarão algumas fazendas com criação de camarão em cativeiro onde técnicos na área de carcinicultura, apresentarão ao público, os desafios e oportunidades do setor, assim como, as inovações através dos laboratórios.
Os participantes também terão a oportunidade de fazer as visitas técnicas, ocasião ideal para adquirir novos conhecimentos, troca de ideias e inovações para toda a cadeia produtiva da carcinicultura, desde o laboratório até a parte da despesca.
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Em 2003 o Brasil chegou a produtores 90 mil toneladas e o Ceará sempre foi protagonista dessa história, com produções expressivas. Após algumas medidas do mercado mundial apareceu algumas dificuldades junto com a diminuição da produtividade nacional. Em 2016, o Brasil produziu 60 mil toneladas, e o Ceará foi líder de produção nacional, responsável por mais de 56% da produção.
Em 2004 estavam em operação nesse Estado 3.804 hectares de viveiros, quando foram produzidas 19.405 toneladas de camarões por 191 produtores, mas esse cenário se transformou radicalmente nos sete anos seguidos e por diversos fatores, nos anos 2004, 2008 e 2009 a produção do litoral norte do Rio Grande do Norte, que liderava o ranking nacional de produção de camarões cultivados, diminuiu, permitindo que o Ceará assumisse a posição de principal produtor de camarão cultivado do Brasil.
Nesse sentido já em 2011, de acordo com o Censo Setorial (ABCC, 2012), a atividade de cultivo de camarão do estado do Ceará ocupou uma área produtiva de 6.580 hectares, ou seja, incremento de 73%, em relação a 2004. Da mesma forma, o número de produtores cresceu para 325 produtores (incremento de 70,2%), que produziram 31.982 toneladas de camarões (incremento de 64,8%), representando 45,9% da produção total nacional. Esse cenário ainda despertaria a atenção para um importante dado de caráter social quando se observava as categorias dos produtores com relação às suas áreas de cultivo, pois 67,4% se enquadravam como micro produtores (< 5 ha) e pequenos produtores (entre 5 e 10 ha). No ano de 2021 o Ceará produziu 45mil toneladas. Ou seja, um crescimento expressivo de 32% em apenas 5 anos. Assim como todos os produtores de camarões no Nordeste brasileiro, os produtores cearenses também souberam superar as consequências negativas geradas a partir da aplicação da lei antidumping pelos Estados Unidos contra os camarões produzidos no Brasil, o processo cambial com a progressiva relação do Real em relação ao Dólar e os efeitos letais da mionecrose infecciosa (IMNV), que se instalou nas áreas produtivas, que se desencadearam a partir de 2004. Para reduzir os efeitos de tais adversidades, foram adotadas e implementadas, várias medidas operacionais de Boas Práticas de Manejo, dentre as quais se destacaram: uso de comedouros fixos, instalação de berçários intensivos, utilização de probióticos, assim como a diminuição da densidade de estocagem para menos de 20 camarões/m2, o que proporcionou uma convivência viável com o vírus da mionecrose infecciosa (IMNV). Porém, uma das mais importantes medidas tomadas pelos carcinicultores cearenses para mitigar as consequências adversas do surto epidêmico da mionecrose “IMNV” foi a interiorização da sua carcinicultura, o que resultou na criação de novos polos de produção de camarões cultivados em baixa salinidade nas regiões de Jaguaruana, Itaiçaba e Russas, no semiárido cearense. A expansão da carcinicultura cearense continuaria ainda por alguns anos, como se constata com relação ao ano de 2011. O número de produtores aumentou para 700 em 2016, enquanto a área de viveiros, no mesmo período, cresceu para 10.407 hectares. Em 2015, a produção de camarão marinho do estado do Ceará atingiu o seu maior pico (41.414 toneladas), consolidando, assim, sua posição como maior produtor nacional. Mas, em 2016, o vírus da Mancha Branca (WSSV), que iniciara sua jornada no Sul, em 2004, chegou aos viveiros do Ceará em junho de 2016. Diante de mais esse desafio, os produtores teriam que adotar novos métodos de cultivo para conviver com a nova epidemia, a exemplo do que já vinham fazendo os produtores de outras regiões onde esse patógeno havia chegado anteriormente. E, certamente, também adotaram medidas que contemplem melhoramentos genéticos e uso de estufas nos berçários primários e secundários, bem como, em viveiros de engoda intensivos cujo sistema operacional se fundamenta na manutenção de temperaturas elevadas (31 a 33ºC), medida eficaz para a inibição do vírus da mancha branca, juntamente com o controle de parâmetros hidrobiológicos, o uso de probióticos e dietas adequadas ao rápido crescimento. A região do litoral norte (litoral oeste do estado e regiões adjacentes) do Ceará, compreendida entre os municípios de Fortaleza a Chaval, na fronteira com o Piauí, é conhecida não só pela sua vocação pesqueira e turística, mas também por sediar um dos principais polos carcinicultores do Ceará, constituído por 110 empreendimentos. Alguns municípios dessa região, como Chaval, Barroquinha, Camocim, Granja, Acaraú, Itarema, Amontada, Itapipoca, Paracuru, Paraipaba e Trairí, encontraram na carcinicultura marinha uma importante fonte de geração de emprego, renda e cidadania, principalmente para milhares de trabalhadores sem qualificação profissional. De acordo com o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), a população estimada em 2016 dos principais municípios produtores de camarão localizados nessa região era de 536.685 habitantes, sendo que em 2015 havia 3.241 trabalhadores formais na agropecuária. A carcinicultura contribuiu no ano de 2016 para a socioeconômica da região com a oferta de 2.088 empregos, sendo 40 no setor de comércio, 663 no setor de indústria e 1.385 diretamente nas fazendas e laboratórios, sendo estes dois últimos estabelecimentos responsáveis por 42,7% de todos os empregos formais da agropecuária nos municípios citados anteriormente. Foram cadastrados e entrevistados os proprietários de duas fazendas de cultivo de camarão marinho afastadas do litoral norte, mais precisamente, localizadas nas zonas rurais dos Municípios de São Gonçalo do Amarante e Sobral, demonstrando, assim, que há potencial para expansão interiorana da atividade também na região norte do Ceará. Apesar das adversidades enfrentadas na forma de enfermidades, entraves burocráticos e falta de financiamentos para investimentos e custeio operacionais, a atividade continua em desenvolvimento. Do ano de 2011 para 2016 ocorreu um aumento no número de produtores de 80 para 110 (+37,5%); da mesma forma, a área produtiva cresceu de 3.090 para 3.616 hectares (+17%); e a produção que em 2011 foi de 13.002 toneladas alcançou 16.076 toneladas em 2015 (+23,6%). Fica assim evidenciada a importância da carcinicultura como atividade que contribui para a inclusão social e a distribuição da riqueza no meio rural, melhorando o bem-estar das populações das áreas litorâneas e interioranas. Por outro lado, o favorável papel do mercado interno se constituiu a alternativa de maior viabilidade para a recuperação econômica e melhoria do desempenho da carcinicultura brasileira. Apesar das dificuldades de diversas naturezas vivenciadas pelo setor da carcinicultura nos últimos anos, o seu real potencial socioeconômico permanece. Com isso, não resta a menor dúvida de que, a alternativa de maior viabilidade, para o fortalecimento da cadeia produtiva e para o aumento da produção de camarão cultivado no Brasil, demanda a criação e a operacionalização de estruturas de produção integradas. Assim o projeto deve receber aproximadamente 200 participantes em cada cidade, Acaraú e Morada Nova, pertencentes à todos os elos da cadeia produtiva, entre técnicos, estudantes, micros, pequenos e médios produtores de camarão do estado do Ceará, seus filhos e familiares atuantes na área, técnicos do setor e profissionais envolvidos com assistência técnica e transferência de tecnologia na carcinicultura, para o SEMINÁRIO BIOSSEGURANÇA E INOVAÇÕES NA CADEIA DE PRODUÇÃO DA CARCINICULTURA com a execução de programação com foco no desenvolvimento e nas melhorias para o setor de carcinicultura do Ceará, temas sobre experiências exitosas nas aplicações de BPMs e Biossegurança, cuja grade de palestras prevista com temas inovadores e atuais para o setor e transferência de novas tecnologias de forma que os participantes desse projeto, possam implementar e irradiar esses novos conhecimentos que certamente, irão contribuir para o melhoramento das suas produções e do APL da carcinicultura praticada nas suas localidades.
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OBJETIVOS
PÚBLICO-ALVO
O público-alvo que será beneficiado com a realização do projeto em pauta consiste em estudantes, técnicos, micros, pequenos e médios produtores de camarão do Estado do Ceará, seus filhos e familiares que atuam no setor, técnicos e profissionais envolvidos em toda a sua cadeia.
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Instituto Future:
Ana Cecília Soares – (85) 99979-1904
Francisco Fernandes – (85) 99120-7362
e-mail: institutofuture@gmail.com